Tireoplastia
Para quais casos a cirurgia de Tireoplastia é indicada?
Pacientes com perda de voz súbita sem melhora após dois meses depois de cirurgias cervicais com lesão do nervo laríngeo recorrente. Também casos de sulco vocal, estria maior com cansaço vocal intenso e fenda fusiforme anteroposterior. As duas membranas que fecham a entrada e saída de ar dos pulmões são chamadas pregas vocais. Em ordem das funções, primeira função as pregas vocais servem para proteger as vias aéreas da entrada de líquidos ou alimentos durante a deglutição, também servem para o mecanismo de tosse para eliminar secreções de dentro das vias aéreas, e em terceira função é a de fonação. O mecanismo de produção do som ocorre quando as pregas vocais fechadas sofrem pressão de fluxo de ar constante vindo dos pulmões iniciando ciclo vibratório simétrico e harmônico produzindo pulsos sonoros em frequência oscilantes com a tensão da musculatura laríngea, com articulação destes harmônicos pela faringe, cavidades nasais, paranasais e oral, para serem projetados em som organizado com palavras que com definição de inteligência comunicativa entendemos a voz humana. Quando existe uma paralisia da prega vocal, gerando fechamento incompleto o fluxo de ar não permite o fenômeno de vibração, deixando fenda grande entre as membranas das pregas vocais. Não há pulso sonoro gerado, exigindo maior tensão da musculatura de articulação e projeção para sustentação dos fricativos produzirem efeito na projeção e inteligibilidade das palavras. Sendo assim os casos de paralisias diagnosticadas por exame de laringoestroboscopia, que deixam visível fenda triangular entre as pregas vocais e são indicados a serem tratados cirurgicamente. Além das alterações na voz, a tosse e engasgo com a deglutição são queixas comuns com grande repercussão na qualidade de vida.
Quais os sintomas mais comuns nestes problemas?
Rouquidão, cansaço vocal, dificuldade de engolir, pigarro, dificuldade de tossir.
Como esse tipo de cirurgia surgiu?
A cirurgia de Tireoplastia surgiu na década de 80 no Japão com Doutor Ishiki para corrigir a fenda entre as pregas vocais e a relação com as alterações na voz.
Como é feita a preparação?
A preparação é feita com jejum de 8 horas.
Com o paciente em decúbito dorsal horizontal e hiperextensão cervical com sedação para ser submetido à anestesia local transversal na região cervical mediana de 5 cm no nível da proeminência da cartilagem tireóidea.
O paciente pode consumir tudo o que quiser?
Orientamos sempre evitar alimentos que geram aumento da acidez digestiva para evitar o refluxo gástrico que inflamaria as pregas vocais antes da cirurgia. Assim também evitar o cigarro e bebidas alcoólicas.
Ele precisa falar menos antes da cirurgia?
Não vejo na prática diferença do repouso vocal no pré operatório em casos de paralisia pois não há contato das pregas vocais .
Quanto tempo dura a cirurgia?
Varia de acordo com o ajuste da prótese de silicone, podendo durar de 1 até 2 horas.
Como é o procedimento? Pode explicar o passo a passo?
Com o paciente sedado com anestesia local em decúbito dorsal horizontal e hiperextensão cervical é realizada incisão transversal paramediana no lado comprometido pela paralisia de aproximadamente cinco centímetros. Então realizamos a observação minuciosa com a palpação de cada milímetro da cartilagem tireóide para a abertura dos planos utilizamos delicadas pinças especiais de preensão, corte dissecção, para manipular os tecidos preservando ao máximo. Após chegar na cartilagem tireoide é medida janela de abertura para acesso à prega vocal paralisada. É realizada abertura com broca delicada em motor de ar comprimido sem danificar o pericôndrio interno. Daí então se inicia a superficialização da sedação com a manipulação da prega vocal paralisada para medida da posição de correção da coaptação das pregas vocais com monitoração de nasofibroscopia. Depois de medido o molde de silicone é posicionado e a voz testada. Em seguida terminada a cirurgia com fechamento cervical por planos.
É necessário algum tipo de monitoramento durante a cirurgia?
A monitoração é feita com vídeo e equipamento com recurso de gravação acoplado ao nasofibroscópio que permite visualização magnificada por objetivas potentes para medida da posição de correção da coaptação das pregas vocais.